

Canoinhas Tênis Clube
História

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1922 - Fundação do Clube Canoinhense
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1926 - Construção da Sede própria do Canoinhas Tênis Clube - situada na Rua Major Vieira, 345.
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1927 - O Grande Baile de Inauguração da Sede Própria do Clube Canoinhense
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1928 - Grande banquete oferecido ao Sr. Adolpho Konder, Governador de Estado.
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1930 - Inauguração do Ramal de Marcílio Dias
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1937 - O Grande Incêncio
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1939 - Inaguração da Nova Sede do Clube Canoinhense
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1952 - Primeiro Balie de Debutantes
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1968 - A Grande Reforma Estatutária - Criação dos Títulos Patrimoniais
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1969 - Início das Obras de Reforma na Sede do Clube Canoinhese
FUNDAÇÃO DO CLUBE CANOINHENSE
No ano de 1922, o então Cel. Otávio Xavier Rauen, resolveu criar uma Sociedade Recreativa destinada à reunião e elite de Canoinhas, ou seja, de pessoas das mais gabaritadas dentre seus segmentos. Para isso, convocou um grupo de homens notáveis da comunidade, os quais, com maior entusiasmo, deram tudo de si para que o projeto se tornasse realidade.
Enfim, chegou o tão esperado dia, 07 de setembro de 1922. Instalada a Assembleia Geral Extraordinária, em sessão solene, no Salão Schindler, às 16 horas, nascia o Clube Canoinhense, nome escolhido por unanimidade pelos ali presentes.
Primeira Diretoria
Sentados: Roberto Elhke (Tesoureiro), Emilio Ritzmann (Vice-Presidente), Otávio Xavier Rauen (Presidente), Urbano Lessa (2º Vice-Presidente), Rodolfo Wolff Filho (Secretário) e Epaminondas Ricardo da Silva (Orador).
Em Pé: Sizenando Ribeiro, Dinarte Araújo e Adolfo Bading (Membros do Conselho.
Na falta de um local mais adequado, a primeira sede do Clube Canoinhense foi no Salão Schindler, situada na Praça Lauro Müller. Na figura a baixo, é possível perceber, no canto inferior esquerdo, uma cerca de madeira, esta cerca fazia parte da praça. O prédio simples e despretensioso havia sido desarmado e trazido por via férrea de São Bento para Canoinhas, logo que terminou a guerra de jagunços.Sua construção era de madeira, pintada de azul-claro, tanto por dentro como por fora, coberto de “tabuinhas”, com uma varanda na frente e uma pequena sacada no sótão. No seu lado esquerdo, mais tarde, foi construída uma cancha de bolão. Situada em plena Praça Lauro Müller, o salão Schindler realizou bailes memoráveis, que deixaram saudades.
Salão Schindler - Primeira sede do Clube Canoinhense


CONSTRUÇÃO DA SEDE PRÓPRIA
A construção da sede própria do Clube Canoinhense deu-se inicio no ano de 1926. Para isso uma comissão presidida pelo Dr. Almeida Cardoso fico a cargo da captação dos recursos financeiros. A construção foi concluída em tempo recorde, pouco mais de um ano. Para tanto, valiosa foi, sem dúvida, a contribuição da “Lumber”, que fez questão de doar a maior parte da madeira, bem como a de diversos empresários locais que, espontaneamente, se propuseram a fornecer todos os recursos necessários para a conclusão da obra. Não deve ser esquecido, o empréstimo de 1.000$000 (um conto de réis) – soma considerada alta para a época – concedido pelo “Bouquet Club”.
A nova sede, muito embora de madeira, em estilo colonial brasileiro, som as suas tábuas pregadas no sentido horizontal, devidamente cepilhadas – uma novidade até então. Era um prédio moderno e de dimensões amplas, sendo na época, como um dos mais importantes da cidade. Com dois pavimentos, era todo rodeado de amplas janelas envidraçadas, com uma fachada harmoniosa e de grande beleza. A frente murada tinha um portão de ferro logo na entrada, seguida de um patamar de mosaico, com uma escada de dois ou três degraus construídos em alvenaria, coberta por um toldo. A porta de entrada era uma obra de arte. Confeccionada de madeira, abria-se em duas partes, formando um conjunto belo e harmonioso. O andar térreo primava pelo bom gosto em suas instalações. No lado direito, numa sala especial, ficava a biblioteca com obras escolhidas à disposição dos sócios, onde funcionava também a secretaria do clube. No lado esquerdo, a sala de jogos, com várias mesas de bilhar, com suas poltronas estofadas e, em seguida, o bar, com várias bebidas nacionais e estrangeiras. Nos fundos, de um lado uma cozinha completa, e do outro, um restaurante dos mais requintados, com suas mesas de imbuia e as suas impecáveis toalhas de linho branco. Todo o serviço de copa esta estrangeiro (inglês), os copos de cristal e as baixelas de prata.
Para ter acesso ao segundo pavimento, subia-se por uma larga escadaria de imbuia, cujos degraus eram forrados por uma passadeira de veludo vermelho. Tanto a escadaria como os seus corrimões laterais eram do mais fino acabamento, trabalho artístico de rara beleza, dos irmãos Tomaz, famosos marcineiros alemães. O salão principal, que ocupava quase todo o andar, era simplesmente deslumbrante. O assoalho de táboas corridas brilhava de tão bem encerado. As paredes e o teto, pintados com motivos florais, davam uma agradável impressão de bom gosto. As janelas eram todas encortinadas com tecidos da melhor qualidade. Tanto os lustres como as luminárias do elegante salão de festas bem como os espelhos bisotados eram importados. Tudo escolhido com o maior requinte. Um pouco mais atrás ficava um estrado para os músicos e no fundo as "toiletes" com instalações das mais confortáveis. Do lado, o bar para os sócios, onde haviam algumas mesas com as respectivas cadeiras, só para os homens. As senhoras, como de costume, sentadas, ocupavam as cadeiras colocas uma ao lado das outras, encostadas nas paredes laterais. É oportuno lembrar que naquele tempo não havia reserva antecipada de mesa, como atualmente. Cada qual ocupava o seu lugar à medida que fossem chegando.
Sede Própria do Clube Canoinhente
BANQUETE OFERECIDO AO SR. ADOLPHO KONDER
Desde a sua fundaçõ, o Clube Canoinhense jamais deixou de ser um clube aristocrático. Os seus salões, onde só desfilava a alta sociedade, foram palco de festas e eventos inesquecíveis, que ficaram gravados como os seus dias de maior esplendor. Grandes bailes, recepções, banquetes, casamentos e comemorações de datas cívicas, ali tiveram lugar. Um dos banquetes mais badalados da década de 20 foi sem dúvida, o que os amigos e admiradores do então Governador do Estado de Santa Catarina, Sr. Adolpho Konder, oferam, por ocasião de sua visita a cidade de Ouro Verde, no dia 9 de novembro de 1928. O "Buffet, extremamente sofisticado e os garçons vieram de Curitiba, contratados especialmente do Hotel JONHCHER, o mais categorizado no ramo em todo o Estado da Paraná.
O "menu" era o mais completo possível. Tudo o que havia de mais fino e requintado doi servido aos convidados, desde cascatas de camarão, lagostas, até as mais variadas qualidades de musses, caviar e salmom. O "champagne" francês e o legítimo Dimple (três quinas) foram servidos a vontade, bem como os vinhos francêses, italianos e alemães, das melhores safras e cantinas. Depois dos licores e de farta distribuição de charutos cubanos, foi feito o clássico brinde de honra pelo Presidente do Clube, que o homenageado respondeu "Visivelmente emocinoado", como se costuma dizer nessas ocasiões. Até o convite para esse famoso ágape foi confeccionado com primoroso acabamento gráfico: emoldurado com delicadas vinhetas, apresentava na parte superior, como destaque, uma miniatura do retrato do ilustre visitante.
Convite para o Banquete oferecido ao Governador do Estado

A INAUGURAÇÃO DO RAMAL DE MARCÍLIOS DIAS
Outro acontecimentecimento marcante, occorido logo no início da década de 30, foi, sem a menor dúvida, a inauguração do ramal da estrada de ferro ligando a antiga estação de Canoinhas (atual Marcílio Dias), ao centro da cidade, então Ouro Verde. Enfim, passava a ser realidade a justa aspiração de sua população, alimentada, por sinal, durante anos seguidos. A propósito desse fato é interessante esclarecer que o pequeno trecho de pouco mais de 4 km de extensão, levou quase três anos para ser concluído, o que não é para se admirar uma vez que, todo ele doi construido na base do "muque", ou seja, à picareta, sendo que o material retirado dos cortes abertos na rocha, era transportado por "galeotas" puxadas por dezenas de burrinhos ensinados, que descarregavam suas cargas nos aterros, sem o auxílio de qualquer pessoa. Finalmente, depois de alguns adiamentos, foi marcado o dia 03 de agosto de 1930, para a sua inauguração, cujo ato, conforme estava programado, deveria contar com a honrosa presença do eminente catarinense Dr. Vitor Konder, então Ministro da Viação e do Dr. Washington Luiz, então Presidente da República. Não podendo, entretanto, estar presente ao ato na data marcada, por motivo de força maior, sua Excelência designou para representá-lo na solenidade o Dr. Hermes Fontes, festejado poeta sergipano e Chefe de seu gabinete. Como estava previsto, a numerosa comitiva chegou em trem especial na hora marcada, às 10h50min em ponto, sendo saudade por uma banda musical, vivas e foguetes, perante grande número de populares. Após os cumprimentos protocolares, as autoridades presentes deram início às inaugurações programadas. Primeiro a "gare" da estação, colocada a partir daquele momento à disposição da população. Depois, foi a vez da praça recém construída, especialmente para a ocasião, tendo como destaque no centro, o busto em bronze do Dr. Vitor Konder, um trabalho primoroso do escultor Rodolfo Bernardelli, fundido no Rio de Janeiro. Em nome do povo, agradecendo a inestimável contribuição do homenageado para o êxito da importante obra, falou o Dr. Osvaldo de Oliveira, na época Superintendente Municipal de Ouro Verde.
Terminda a primeira parte do programa, a comitiva, autoridades presentes, e os convidados especiais dirigiram-se para a Sede do Clube Canoinhense onde foi servido um lauto almoço ao digníssimo Dr. Hermes Fontes. Foi outra recepção memorável, talvez maior ainda àquela oferecida anteriormente ao Governador Adolfo Konder. Vários discursos foram proferidos na oportunidade. Em nome da população usou da palavra o Dr. Edgard da Silva Pedreira, Promotor Público da Comarca, que em certo trecoho de seu discurso, publicado no jornal AVANTE de 8 março de 1930, disse o seguinte: "Basta lembrar que a sua criação (do município de Canoinhas) data de 1911. A sua sede, esta prometedora localidade foi elevada à categoria de cidade em 1923. A princípio sua reda não atingia a 20 contos de réis. Hoje ascende a 250 contos. Em 1924 tínhamos dois automóveis, agora já existem mais ou menos uns 300 automóveis e caminhões. Temos duas mil e tantas carroças... A sua safra de erva-mate atinge uma média anual de 700 mil arrobas". E por ai foi, como se percebe cada vez mais empolgado, exaltando o potencial de nossa terra. Em seguida falou o engenheiro Dr. Edmundo de Almeida Monte, Fiscal Federal das Estradas de Ferro e por fim, o Dr. Hermes Fontes que disse em belas palavras da imensa alegria que o empolgava pode ver compreendido pelo poco, o esforço, o carinho e o patriotismo do Ministro Vitor Konder para com a sua terra, procurando dotá-lo de elementos de progresso.
Ao registrarmos esse episódio, parece incrível que tenha acontecido, impunemente, na história de Canoinhas o seguinte: Do ramal ferroviário, desativado no Governo de Jânio Quadros, nada sobrou. Até a velha "Maria Fumaça", sumiu. Nem o viaduto da rua 3 de Maio foi poupado. O que é mais grave ainda: Essa obra de arte, monumento admirável da engenharia brasieira, construída com cimento trazido da Polônia, antes da Segunda Guerra, foi simplesmente arrasada à dinamite, certo dia, por ordem expressa de um certo "alcaide" como se fosse uma simples pedreira, no centro da cidade, que estivesse prejudicando o trânsito de veículos ou mesmo de pedestres.
Que pena!
Inauguração do Ramal da Estrada de Ferro de Marcílio Dia - Recepção ao Poeta Hermes Fontes

O GRANDE INCÊNDIO DE 1937
Como acontecia em todos os finais de ano, o mês de dezembro era a época das férias dos jovens que estudavam fora, geralmente em Curitiba ou Florianópolis, pois naquele tempo não havia em Canoinhas nem Ginásio quanto mais curso superior.
Geraltívelmente muito alegres e com saudades da terra natal, os estudantes não perdiam nenhum evento para festar e se divertir. Abrindo, pois, a temporada, os alegres rapazes organizaram uma "soirée" dançante no Clube Canoinhense, por sinal muito concorrida, em cuja oportunidadeos namorados se reencontravam depois de uma lonha ausência curtida de longe, por doces romances, puros e ingênuos muitos dos quais terminaram em noivados e casamentos bem sucedidos. Era uma segunda-feira, e por isso talvez, a reunião acabou mais cedo, por volta da meia-noite. Todos já estavam em casa, comentando os fatos quando aconteceu o que ninguém podia imaginar. Passava das duas horas da madrugada do dia 14 de dezemnbro de 1937 quando um violento incêndio irrompeu o impodente edifício do Clube Canoinhense, destruido-o por completo em pouco mais de uma hora. O fogo teve origem na cozinha do andar térreo, propagando-se rapidamente para o pavimento superior. Os prejuízos foram totais. Uma tragédia indescritível. Em questão de instantes tudo ficou reduzido a escombros. Nada pôde ser salvo, não obstante o empenho da população apavorada que, prontamente, correu ao local do sinistro para prestar os socorros que se faziam necessários. A respeito do trágico acontecimento, que abalou a cidade, nunca se soube a verdadeira causa do incêndio, embora, ná época, o boato era de que o mesmo tinha sido provocado propositalmente.
INAUGURAÇÃO DA NOVA SEDE DO CLUBE CANOINHENSE
Era presidente do clube, quando este pegou fogo o Sr. Gentil Melim. Coube a ele, portanto, a iniciativa de solicitar à Delegacia de Polícia a abertura do inquérito para apurar as causas do incêndio, bem como tomar as providências que o caso exigia. Segundo a conclusão do inquérito instaurado, o incêndio "foi ocasionado por fogo transmitido da chaminé da cozinha do Clube". Prevendo acidentes dessa natureza, feilzmente a Diretoria do Clube havia feito um seguro contra incêndio na Cia Internacional de Seguros, no valor de 80.000$000 (oitenta contos de réis), sendo 60 contos de réis pelo prédio, 10 contos de réis pelo mobiliário, 5 contos de réis por um piano marca Essenfelder e 5 contos de réis pela casa de moradia do ecônomo, Sr. Manoel Nicolau dos Anjos. Recebido o valor do prêmio do seguro, sem maiores problemas, uma vez que os prejuízos alcançaram a soma de 123.852$000 (cento e vinte e três contos e oitocentos e cinquenta e dois mil réis), conforme avaliação feita por um perito nomeado, a Diretoria do Clube, já então sob a Presidência do seu Vice Sr. Adolfo Sheide, que assumiu o cargo no dia 15/02/1938, em virtude de ter o seu titular sido removido desta para a cidade de Joinville, tratoui de construir uma Comissão de dez membros, escolhido entre seus associados, a fim de dar o seu parecer sobre um projeto do novo prédio do Clube, apresentado pelo engenheiro civil Sr. Jarbas Mesquita. Em poucos dias essa comissão aprovou o referido projeto, com ligeiras alterações, tendo a sua construção sido contratada por empreitada, após concorrência aberta, com os Srs. Paulo Schreiner e Artur Gorseltz. O início das obra obras ocorreu no dia 11//04/1938, sob a responsabilidade do citado engenheiro. Neste meio tempo, foi eleito Presidente do Clube o Dr. Osvaldo de Oliveira, para o mandato de 1938-39.
Durante a sua gestão, as obras já bastante adiantadas foram sendo cada vez mais aceleradas, tendo em vista um cronograma que previa a inauguração do Clube, por ocasião do baile de São Silvestre, no dia 31 de dezembro desse mesmo ano. Para a conclusãodas obras, orçadas em 33.600$000 (trinta e três contos e seiscentos mil réis) a Diretoria resolveu recorrer a um empréstimo, mediante a emissão de 336 ações, no valor de 100$000 (cem mil réis) cada uma, aos juros 6% ao ano, resgatáveis a partir de 1940. Na eleição seguinte, realizada em 20/08/1939, o Dr. Osvaldo de Oliveira foi reeleito para o período de 07/09/1938 a 07/09/1939. O baile de gala de 7 de setembro desse ano, como no anterior, foi realizado na sede da Sociedade Beneficente Operária que, como sempre, cedia com a melhor boa vontade os seus salões para a sua co-irmã, toda vez que eram solicitados. Mesmo sem estar completamente concluídas as novas intalações da sua sede, foi marcado o dia 31/12/1939 para a sua inauguração, com o tradicional baile de São Silvestre, baile esse animadíssimo e que contou, inclusive, com a presença de vários convidados especiais vindos das cidades vizinhas tanto do Paraná como de Santa Catarina. Segundo contam os antigos, foi um acontecimento social sem precedentes, que marcou época nos anais da história de Canoinhas. O prédio recém-inaugurado do Clube Canoinhense era, realmente, muito bonito. Suas linhas elegantes e sóbrias, logo à primeira vista, se destacavam das outras construções; porém o que mais chamava atenção dos "experts" em engenharia era a cobertura em vão livre do seu enorme salão sem apoio em nenhuma coluna ou pilastra, como se estivesse suspenso no espaço, não obstante seu peso considerável, que resiste até hoje, sem qualquer problema, apesar dos anos já passados.
Foto da Nova Sede do Clube Canoinhense - Inaugurada em 31 de dezembro de 1939

PRIMEIRO BAILE DE DEBUTANTES
O Baile de Debutantes teve o seu início em 1952. Foi sempre um desfile de elegância e de rara beleza das meninas-moças apresentadas todos os anos à sociedade canoinhense. Segundo a tradição, o Baile das Debutantes era realizado invariavelmente no dia 31 de dezembro, no grande baile de gala de São Silvestre. A partir de 1965, entretanto esse concorrido desfile passou a ser feito no dia 7 de setembro, data do aniversário do Clube, a pretexto de que os bailes de 31 de dezembro já não eram tão animados como antigamente, em virtude de ser o período de férias, em que muitas famílias, todos os fins de ano, deixam a cidade rumo às praias de nosso litoral. Foram “patronesses” de desfiles memoráveis, as Sras. Nereide Cherem Côrte, Julita Seleme, Ana Helena Procopiak, Haydée Carvalho de Oliveira, Zena Furtado, Lourdes M. Cubas, Paula Carvalho, Cice Allage, Doracy Seleme, Cristina Assis Procopiak, Helena Simões, Edinete Machado Mussi, Eulália Kolbach, Helena Mussi e Rosi Zaniolo Freitas entre outras, todas dignas representantes da nossa alta elite.
O ponto alto do Desfile das Debutantes sempre foi a apresentação das mesmas, em geral feitas por artistas de televisão, locutores de emissoras de rádio ou por cronistas sociais. Um dos primeiros apresentadores foram o Sr. Maurício Nascimento, conhecido jornalista da imprensa local, Álvaro Aquino, ex-diretor da Rádio Rio Negro, Carlos Müller, cronista social de Blumenau, Ary Sanches, cantor de São Paulo, Paulo Figueiredo, ator da TV Globo, Lauro Corona, também ator da TV Globo, Marcelo Picki, ator de televisão, Flávio Vilaverde, Jandir Ferrari e Jorge Pontual, estes últimos, todos do Rio de Janeiro, atores da TV Globo. A partir de 1986 as “patroneses” foram substituídas por madrinhas de cada uma das debutantes. Outra tradição do Clube Canoinhense foi o gosto apurado de escolher orquestras e os conjuntos musicais que animavam tais desfiles. Segundo Ary Wiese, um “expert” nessa matéria, já se exibiram nos palcos do Clube, orquestras e conjuntos musicais de fama internacional, algumas até da Argentina e Uruguai, sem falar nas de São Paulo e Rio de Janeiro. Entre as mais conhecidas podem ser destacadas as seguintes: na década de 50, a “Orquestra Antonelo”, de Curitiba - PR, “Os Foliões”, de Itajai - SC, “O Sincopato”, de Lages - SC, “Norberto Baldauf”, com vários LPs gravados, “Flamboiend”, de Porto Alegre - RS, “Orquestra Ruy Rey”, do Rio de Janeiro - RJ, “Orquestra Raul de Barros”, também do Rio de Janeiro, o conjunto “Africam Corpus”, de São Paulo - SP, “Tobias Troise”, de São Paulo - SP, “Osmar Milani”, também de São Paulo, “Cassiano Sevilha”, orquestra de fama internacional do Rio de Janeiro - RJ, “Gavilames de Espanha”, “Suspiros de Espanha”, “Osvaldo Delegado e sua Orquestra” (Argentino), “Orquestra de Franco”, orquestra típica de tangos, também da Argentina e “Donato Raciatti”, conjunto musical uruguaio.
Vista do Salão - Baile de Debutantes de 1952

História
O GRANDE BAILE DE INAUGURAÇÃO
Enfim chefou o grande dia, o baile de inauguração da nova Sede do Clube Canoinhense, na cidade não se falava em outra coisa. Era dia 7 de setembro de 1927, o aniversário de 5 anos do Clube. O conjunto musical escolhido foi o "Jazz-Band", de Três Barras, um dos melhores grupos musicais da região. Os sócios e os convidados compareceram em peso, todos vestidos a rigor conforme determinava o protocolo. As damas de longo, e os cavalheiros de fraque. O baile foi um sucesso absoluto, e só terminou com o dia clareando. O repertório variado agradou bastante o público, as músicas mais tocadas foram os maxixes, de Chiquinha Gonzaga, tangos portenhos, alegres galopes, fox-trots, sambas dolentes e marchinhas carnavalescas. Como de costume, as senhoras de um lado do salão, e os homens do outro, pois essa regra medieval vigorava na década de 20. Em resumo um acontecimento social de encher os olhos da sociedade canoinhense.
A nova sala de visitas da cidade
Com a inauguração da sede do Clube Canoinhense, abriu-se um novo espaço na esfera cultural da cidade, que passou assim a ser a sua sala de visitas, a sua vitrine. Todos tinham o maior orgulho em mostrar aos forasteiros o requintado acabamento do clube, que passou a ser considerado um dos mais sofisticados do Planalto Norte Catarinense. Aliás, virou moda frequentá-lo, passou a ser o ponto de encontro preferido dos políticos, grandes empresários, dos altos funcionários públicos, médicos, advogados, pessoas do mais alto escalão da sociedade canoinhense. Não era qualquer pessoa que podia frequentar o "Canoinhense", pois a admissão dos novos associados era sempre precedida da mais rigorosa sindicância. O sócio era obrigado a provar, não só a sua identidade, mas também a sua profissão, o seu estado civil (desquitado não era aceito), e até a origem de seus bens e renda familiar. Realmente tratava-se de um clube de elite, frequentado apenas por pessoas da alta sociedade.

CLUBE CANOINHENSE
A REFORMA ESTATUTÁRIA - CRIAÇÃO DOS TÍTULOS PATRIMONIAIS
Infelizmente o tempo passa depressa. Inaugurada em 1939, aos poucos a Sede do Clube Canoinhense foi perdendo seu antigo charme. A sede foi aos poucos envelhecendo. Já não era a mesma. Diante dessa situação, havia a necessidade de ser tomada uma medida heroica. Reformar os seus estatutos sociais de modo a adequá-los à realidade que vinha enfrentando a bastante tempo, ou perecer o que seria uma pena, a situação chegou a tal ponto que ninguém mais queria assumir a presidência do Clube. O problema, à medida que o tempo passava ia se tornando cada vez mais grave, até que uma eleição, publicada por editais publicados na imprensa local, deixou de ser realizada por falta de “quórum”. Diante desse impasse, a Assembleia Geral realizada no dia 29 de setembro de 1968, resolveu, por unanimidade, nomear o Sr. Wilson Seleme para Presidente dando-lhe plenos poderes para escolher uma diretoria de sua confiança, com a recomendação para que convocasse uma Assembleia Geral para a reforma dos estatutos sociais, ficando estabelecido um prazo de noventa (90) dias para o cumprimento dessa recomendação. Metendo mãos à obra com coragem e determinação, em reunião de 12 do mês de outubro, o Sr. Wilson Seleme apresentou o nome dos seguintes associados parar comporem sua equipe:
Vice-Presidente: Zaiden E. Seleme
1º Secretário: Osni Munhoz de Paula
2º Secretário: Mário Artur Ferraresi
1º Tesoureiro: Rubens B. Stulzer
2º Tesoureiro: Emiliano Abrão Seleme Filho
Diretor Social: Edir Kammradt
Consultor Jurídico: Dr. Antonio Weinfurter
Orador: Dr. Rivadavia R. Correia
Conselho Fiscal: Alírio Dias, Jair Côrte e Silvino Voigt, sem dúvida uma equipe respeitável.
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 16 de novembro de 1968, foi ratificada a composição dos membros da Diretoria, bem como aprovada a reforma dos estatutos, cujo texto foi cuidadosamente elaborado pelo Dr. Antonio Weinfurter, foi ai que foram criados os títulos Patrimoniais do Clube Canoinhense.
INÍCIO DAS OBRAS DE REFORMA NA SEDE DO CLUBE
Graças a criação dos títulos patrimoniais, a Diretoria do Clube Canoinhense conseguiu partir para a grande reforma da sua sede social, problema da maior importância e que já vinha se arrastando anos após anos sem solução.
Já então, com dinheiro em caixa, a Diretoria chamou, por edital, engenheiros e arquitetos eventualmente interessados em concorrer com o projeto para a reforma interna e externa da Sede do Clube, tendo recaído a sua escolha no projeto apresentado pelos Srs. Renato Müller e Norton Procopiak, ambos com escritório de engenharia localizado na cidade de Curitiba - PR. Para a execução das obras foi contratada a firma CONCAL, que orçou o seu custo em CR$100.000,00 (cem mil cruzeiros).
Sendo assim, no ano de 1969 foram iniciada a obra de reforma na Sede do Clube Canoinhense, tendo sido a sua construção supervisionada pelo Sr. Luiz Fernando Fuck, e sendo finalizada muitos meses depois.
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